segunda-feira, 19 de julho de 2010

Patrícia Amorim encontra o caminho

Há dias escrevi aqui, e listei razões, do que considerava omissão na gestão de Patrícia Amorim, e sua diretoria, à frente do Flamengo no tratamento aos constantes escárnios praticados por atletas do clube. Eu cheguei a dizer que o comando instalado na Gávea estava frouxo. É um dos posts mais lidos do SRZD.

Pois venho agora escrever o oposto. A presidente do clube, Patrícia Amorim, reencontrou o caminho do bem. Ela trouxe para si as rédeas da administração, delegou a quem tem imagem limpa e competência, como Zico, homem do esporte reconhecido por seu profissionalismo.

Amorim tem grandes chances de devolver não só aos torcedores rubro-negros, mas a todos que amam futebol, exemplo de como se deve agir para ser respeitado na sociedade. Que se acabe com o espaço para bandidagens no Rio de Janeiro.

O depoimento de Patrícia Amorim à Ruth Aquino, de "Época", é chocante. Ela afirmou que jogadores do clube se serviram de seu status de "celebridades" para realizar orgias, festinhas quentes, com "jumentos e anões". É assustador. Degradante. A credibilidade dos jogadores de futebol está indo para o esgoto.

Os ídolos Adriano e Vágner Love fizeram o que quiseram enquanto permaneceram no Flamengo. E entraram para a história como pessoas muito próximas ao submundo das drogas, armas ilegais, marginais sociais e gente afeita à degradação dos seres humanos. É um pena, pois são atletas com muito talento e mereciam para si próprios uma biografia mais decente.

Mesmo que Patrícia Amorim agora demonstre autoridade, ainda é estranha a posição de alguns subordinados.

Um amigo me disse que ouviu outro dia na Gávea, lugar que frequenta desde menino, pessoas que trabalham no clube defendendo Bruno, Adriano e Vágner Love. Um deles disse que "Eliza Samudio mereceu o destino que teve".

Chama a atenção que este discurso, e outros próximos, ganhem ressonância também fora da Gávea. O badalado ex-jogador de futebol e técnico Renato Gaúcho, na TV, já se pronunciou dizendo que o jogador tem o direito a fazer fora do campo o que pretender: "o dinheiro é dele e ele faz o que quiser".

O advogado Michel Asseff Filho, por exemplo, era até há pouco tempo advogado do goleiro Bruno, principal acusado no desaparecimento e provável morte de Eliza. Foi ele quem escolheu e convidou o atual advogado de Bruno. Em Belo Horizonte, chegou-se a especular que seria uma parceria. Maledicência não comprovada.

No caso Samudio, não existe unanimidade. "Prefiro acreditar no Bruno", disse Asseff. O advogado do Flamengo é filho de Michel Asseff, tradicional rubro-negro. É uma família dedicada ao clube.

É quase certo que Patrícia Amorim deixe um legado melhor do que herdou. Principalmente porque agora está no caminho certo, mas acabar com os feudos no clube, ah, isso vai ser difícil!

by blog do Sidney Rezende

Nenhum comentário:

Postar um comentário